segunda-feira, 14 de junho de 2010

Introdução à Canaricultura

Para a criação de canários é necessário haver algumas rotinas exigentes.

O criador terá de ter horários a cumprir e diversas tarefas que diariamente deverão ser executadas.

Não consiste única e exclusivamente no fornecimento da alimentação adequada, também terá que haver uma observação atenta sobre todas as aves, para que atempadamente, se determine se estão todos bem de saúde.

Com o tempo acumula-se experiência e mais rapidamente se analisa o comportamento de cada canário, comprovando se tudo se encontra dentro da normalidade.

A observação diária dos comportamentos das aves no canaril permite compreender e conhecer as suas formas de ser e de estar permitindo ao criador que tudo corra da melhor forma evitando problemas, proporcionando-lhes assim o maior conforto.

Criar canários é simples, sendo necessário espaço, bastante atenção, dedicação e disponibilidade.

O meu grande objectivo é o bem-estar de cada pássaro, tendo sempre à disposição uma alimentação farta e variada, higiene adequada, viveiros de criação, cuidados de saúde e uma voadeira para exercício físico.

Os pontos aqui referidos têm em conta a minha disposição, disponibilidade e gosto. Esta é a minha ideia e é a forma como eu encaro a canaricultura. Não entro em competições, não faço negócios e não crio canários à base de antibióticos. Faço profilaxia com substâncias naturais e nunca com medicamentos.

Está assim apresentado o meu ponto de vista e espero que seja construtivo para quem planeie iniciar esta actividade ou então para ajudar numa reflexão mais profunda nos hábitos de alguns.

Principios Básicos

Antes de mais, é muito importante salientar que o tempo que o criador irá dispor para o tratamento e manutenção do seu plantel deve ser compatível com o número de pássaros que serão criados, evitando assim futuros problemas de manejo.

Temos que lembrar que, na época da criação o número de aves dentro do canaril duplica e muitas vezes triplica, ocupando um tempo ainda maior do criador. Por exemplo, se o criador dispõe no seu dia de trabalho apenas do tempo suficiente para cuidar de dez casais, então crie dez casais apenas. Se ultrapassar este número, poderá não dar a atenção necessária a todas as aves, assim como verificar os fundos das gaiolas, os poleiros, observar se nenhum filhote caiu do ninho, etc. Ou seja, o rendimento do seu plantel vai ser muito fraco.

É um facto, que com o passar do tempo a prática vai aumentando e a facilidade para com o tratamento do plantel também. Por isso aconselho aos iniciantes começarem sua criação com um máximo de dez casais, de forma que com este número, vá adquirindo experiência no trato dos canários, assim, obtendo maiores resultados e satisfações com a sua criação.
Instalações
Para iniciar este assunto, o qual eu considero de extrema importância, devo alertá-los de que a sobrepopulação é factor prejudicial na criação de canários, acarretando uma significativa queda da fertilidade e da postura, como também aumenta o nível da mortalidade dentro do canaril.
Bom, de início vamos escolher o lugar onde serão instaladas as gaiolas de criação, considerando que este local deve ser uma sala com boa iluminação e bem ventilada, pois são requisitos fundamentais para manter a boa saúde das suas aves. A ventilação e troca de ar deverá ser constante, evitando assim que as aves respirem o ar saturado, que é propício para a proliferação dos ácaros e consequentemente para o surgimento de doenças respiratórias.
Não é aconselhável que o piso do canaril seja feito de madeira e nem possua buracos ou fendas, já que estes são excelente morada para os piolhos, ácaros e microrganismos. O piso ideal é liso, facilitando a limpeza diária do canaril.
É bom lembrar que a visita de certos insectos, principalmente a melga, é totalmente indesejável. Por isso, o criador deve ter a sensibilidade de fechar as portas e janelas do canaril antes de anoitecer, para que os insectos estejam impossibilitados de entrar no canaril.
Insisto sobre o grande problema da sobrepopulação, procure criar um casal de canários para cada metro cúbico do canaril, e não se esqueça de considerar os cálculos sobre os filhotes que virão na época da criação.
Gaiolas
Depois de definido o local para a criação, o criador deve preocupar-se então, com a aquisição das gaiolas. Para separar os casais para a criação, a gaiola mais indicada é a Argentina, a qual possui uma divisória que facilita a separação de filhotes, para que a mãe inicie nova postura.

Estas devem ser dispostas em suportes apropriados, tipo estantes, as quais mantém as gaiolas afastadas da parede, posto que se um canário ingerir um pedaço de tinta poderá causar-lhe sérios problemas de saúde ou até mesmo a morte.
As gaiolas devem estar pelo menos a 30cm do chão, facilitando assim a limpeza do piso. É bom dizer também que a gaiola de cima não deve ficar muito alta, pois isso irá dificultar o manejo que o criador terá com o ninho, na verificação dos ovos, por exemplo. O iniciante terá de adquirir também, se possível, uma voadeira, na qual serão colocados os filhotes já separados dos pais.
Importante é também a aquisição de grades de fundo extra, facilitando assim, na hora da lavagem das mesmas.
Formação de plantel
A formação do seu plantel deve ser tratada com muita atenção. O cuidado e a observação na compra de qualquer ave são imprescindíveis para o sucesso da criação.

Não adianta apenas comprar exemplares de criadores renomeados, os canários devem estar de excelente saúde e devem apresentar qualidades técnicas dentro dos padrões exigidos.

Está enganado aquele que pensa que que os grandes criadores só possuem aves de excelente qualidade para venda. É verdade que possuem excelentes exemplares, mas também possuem aqueles canários que técnicamente deixam muito a desejar.

Por isso, procure os criadores dos quais já tenha alguma informação positiva, pois existem pessoas que adoram confundir os iniciantes.

Bom, então quando for adquirir alguma ave para o seu plantel tome em atenção nos seguintes pontos:
Procure canários que possuam uma linhagem bem apurada a nível de genética.
Procure informações sobre os pais da ave.Analise bem o tipo do canário, seguindo rigorosamente os padrões da côr ou raça.
A saúde do exemplar deve ser impecável, sendo que a barriga não deve apresentar nenhuma mancha escura. Observe as patas e o bico. Nas patas não devem ser notadas marcas, ou qualquer tipo de infecção micótica, essas podem ser transmitidas para as outras aves do seu canaril. O bico deve ser levado junto ao seu ouvido, não podendo ser notado nenhum tipo de ruído na sua respiração.
Na altura da aquisição, observe sempre as aves a alguma distância, só assim poderá observar se a ave salta bem entre os poleiros, se se alimenta regularmente e se não dormita durante o dia. Se o fizer junto da gaiola, o pássaro com a presença humana camufla os seus sintomas.
Procure adquirir canários do ano, pois os canários mais velhos que estão a ser vendidos são, na maioria das vezes, os que não agradaram ao criador por alguma razão.
Nunca adquira mais pássaros do que o espaço no seu canaril permita, nem que consumam mais tempo para tratá-los do que você pode dispor.
Além de seguir rigorosamente estes pontos, você deve pedir o auxílio técnico de algum criador experiente. Esta ajuda será muito importante na sua escolha. Atitude importante também é não ter pressa. Se naquele criador não encontrou o pássaro ideal, não hesite em recusar, tenha coragem e diga NÃO! Tenha mais paciência e visite mais criadores.
Alimentação
Este é um assunto complexo e polémico, pois existem vários métodos e receitas de sucesso.
Mas para que o criador se situe de forma a ficar bem esclarecido sobre o tema, é importante saber sobre as principais fontes de alimentação que devem ser oferecidas aos canários:
A mistura de sementes: que deve ser de origem conhecida e com o mínimo de poeira ou lixo. Preste bem atenção no estado das sementes, não pode ser notado nenhum tipo de fungo ou bolor nas mesmas.
A papa: deve ser oferecida aos canários diariamente na época da cria e muda, e três vezes na semana em época de descanso.
Existem disponíveis no mercado papas de excelente qualidade, algumas que até já possuem o ovo, complemento indispensável no trato dos canários.
Pode também elaborar a sua papa caseira, para isso consulte um criador experiente e siga a receita dele, isto diminui e muito o custo com a alimentação.
A areia é muito importante, porque todos nós sabemos que as aves utilizam-na como meio triturador dos alimentos no seu organismo, pela razão de não possuírem dentes.
É importante que se escolha uma areia bem limpa, e acrescente um pouco de casca de ostra ou então casca de ovo moída, sendo estes uma excelente fonte rica em cálcio. Misture na proporção de 50% destes elementos para 50% de areia limpa.
Se preferir compre já areia com casca de ostra misturada.
O criador pode oferecer também às suas aves, verduras frescas, pêra e maçã, os quais são muito bem aceites pelas aves. A verdura que ofereço às minhas aves é: Alface, Couve-galega, Cenoura e Bróculo sempre bem lavado e livre de substâncias tóxicas.
Não se esqueça de que toda a água dos bebedouros deve ser renovada diariamente, evitando assim o aparecimento de fungos.
Criação
A época mais adequada para o início da criação começa a partir do mês de Março.
Procure já no mês de Fevereiro separar os machos, deixando-os sozinhos nas suas respectivas gaiolas de criação.
Lá para o dia 14 de Fevereiro, coloque a divisória de rede na gaiola, deixando a fêmea no outro compartimento. Comece a reparar no comportamento do casal, assim que comece notar a simpatia entre eles, por exemplo, o macho alimentar a fêmea através da grade divisória ou o macho a cantar forte e a fêmea a encolher-se e virar-se de costas para o macho, é sinal de que está na hora! Retire a divisória, coloque o ninho e ofereça constantemente pelo de cabra ou palha com o qual a fêmea irá construir seu ninho.
Repare que é muito importante que não falte com o material para construção do ninho, pois a fêmea poderá atacar o macho para lhe arrancar as penas. Se tiver a acabar de criar uma postura, a fêmea arranca as penas das crias.
Normalmente, as fêmeas costumam pôr 4 a 5 ovos. Ovos esses, que deverá substituir por ovos de plástico. No quarto dia de postura, coloque-os de volta no ninho para que assim, a fêmea possa chocá-los. Assim ajudará que todos os filhotes nasçam no mesmo dia e terá uma maior taxa de sobrevivência nos primeiros dias de vida.
Entre o quinto e o oitavo dia de choco, deverá verificar se os ovos estão fecundados. Para isso é necessário que coloque o ovo sobre um foco de luz, como por exemplo, uma lâmpada, o Sol, ou até mesmo uma lanterna.
Aproximadamente no 13º dia os ovos eclodirão.
Nos primeiros 7 dias de vida é aconselhável que o criador auxilie a canária a alimentar os filhotes, recorrendo a uma papa de criação manual, isto porque é a fase mais crítica na vida deles, e qualquer ajuda que vier do exterior será da maior importância.
Lá pelo 6º ou 7º dia de vida devemos anilhar o filhote. A anilha é importante porque nela estão gravados o número de criador, o número do filhote, o ano em que ele nasceu e o país de origem.
Estas anilhas podem ser adquiridas nos clubes ornitológicos ou em lojas da especialidade.
Bom, para anilhar o filhote precisa-se ter muito cuidado, pois eles ainda estão muito frágeis nesta altura. A anilha deve ser introduzida na pata do filhote, passando inicialmente nos três dedinhos dianteiros, ficando o dedinho traseiro junto à canela do filhote. Este passa pela anilha logo a seguir. Tome atenção, procure anilhá-los, se possível, ao final da tarde, pois as fêmeas estranham a anilha e atiram o filhote para o fundo da gaiola. Se isto acontecer camufle a anilha com fita adesiva.
Aos 17 dias os filhotes já estarão cobertos de penas. Espere que saiam do ninho por vontade própria.
Ao 25º dia separe as crias dos pais, colocando a divisória de grade da gaiola, para que os pais possam alimentá-los. Ao mesmo tempo, troque o ninho por um bem limpo, a fêmea iniciará uma nova postura em breve!
Coloque no lado da gaiola em que ficaram as crias, um comedouro com sementes e outro com papa, e observe se eles já se alimentam sozinhos. Se for o caso, a partir deste momento, já poderá separá-los dos pais em definitivo, mas tenha muito cuidado! Tenha certeza de que o filhote se está a alimentar direito.
Coloque-os numa voadeira, acumulando no máximo de 15 a 20 filhotes em cada uma (dependendo do tamanho), para que os jovens canários possam fazer seus exercícios de voo livremente. E não se esqueça de lhes oferecer banhos diários.
Muda
Logo após o período de cria, entre meados de Julho até Outubro, os filhotes e os seus pais irão mudar de pena. Tome muito cuidado! É uma das fases mais críticas da vida deles, crítica porque eles utilizam muito da sua energia na renovação da sua plumagem. Nesta época é aconselhável que coloque os filhotes nas gaiolas argentinas, no máximo 4 aves por gaiola, passando os pais para as voadeiras, separando os machos das fêmeas.
Conclusão
Para concluir, espero com esse artigo possa ter ajudado no esclarecimento de dúvidas que teimam sempre em aparecer quando se está a iniciar a Canaricultura.
Desejo a todos muito sucesso!

Gaiolas

Os canários, em Portugal continental, são aves de cativeiro e como tal teriam poucas probabilidade de sobreviver se forem postos em liberdade.

Como as aves passam toda a sua vida na gaiola, devemos fazer com que elas, se sintam saudáveis e felizes.

Uma regra importante é que o pássaro possa voar entre os poleiros o que será muito benéfico para a sua saúde.

As gaiolas para canários cantores, são as mais pequenas. Destinam-se normalmente a alojar um macho sozinho. São indicados como mínimos 50 cm de comprimento, 25 cm de largura e 35 de altura. Muitas das gaiolas que se encontram à venda para este fim, custam pouco mais de 5€, mas são muito menores do que as medidas indicadas.

As gaiolas de criação existem duas variantes bem definidas: uma de quase totalmente de madeira só com grade na parte da frente e outra totalmente de grade. Nos dois tipos há possibilidade de dividir a gaiola ao meio quer para separar o macho da fêmea no início do acasalamento quer para separar as aves jovens até dominarem a técnica que lhes permite descascar as sementes.

Há quem tenha gaiolas divididas a meio com duas fêmeas, uma em cada metade, mas o espaço é muito reduzido. Para a criação de canários de tamanho normal, poderão ser indicadas, como mínimo, as seguintes medidas: 60 cm de comprimento, 30 cm de largura e 40 de altura.

Pessoalmente prefiro as gaiolas de madeira, porque isolam as aves e elas ficam mais tranquilas.

O viveiro é uma gaiola grande onde são colocadas as aves jovens quando são separadas dos pais.

Deve ser espaçoso para que as aves se desenvolvam fortes e saudáveis. Os poleiros devem estar bastante separados para obrigar as aves a voar entre eles.

A gaiola-enfermaria destina-se ao tratamento de animais doentes. Pode ser de madeira, bastante isolada e com aquecimento geralmente num fundo falso, pelo que deve ter um termostato.

Nem sempre as gaiolas mais bonitas são as mais saudáveis e práticas. Não são recomendadas para criação as gaiolas circulares.

Alimentação

A alimentação influencia consideravelmente a saúde, a procriação e o crescimento de todos os animais, sendo esta verdade igualmente aplicada aos canários.

Uma boa alimentação é a que reúne todos os elementos indispensáveis a um equilíbrio de vida e aumenta a resistência orgânica das aves, conduzindo ao seu bom estado de saúde ou permitindo o seu restabelecimento rápido em caso de doença.

A base da alimentação dos canários é uma mistura de sementes, que se completa com verdura e fruta, papa de ovo, vitaminas e minerais. A mistura de sementes pode ser obtida em estabelecimentos comerciais da especialidade, dependendo a sua eficácia da proporcionalidade dos grãos e da idoneidade do comerciante. Há criadores que adquirem as diversas sementes em separado, fazendo posteriormente a mistura na percentagem que entendem ser a mais correcta.

Existem ainda os canaricultores que dão as sementes aos seus canários em separado, isto é, cada variedade é colocada em recipiente individual. Este critério é baseado no desperdício de alimento que por vezes se verifica quando as aves deitam para fora dos comedouros grandes quantidades de sementes, ao procurarem as que são mais do seu agrado.

As sementes devem ser colocadas num só recipiente, diariamente, numa mistura proporcional que se tenha decidido adoptar. Uma vez por semana como guloseima em pequena quantidade e em separado, dar uma mistura de sementes gordas, a que os ingleses chamam "prato forte".

Indicam-se as sementes consideradas fundamentais para uma boa alimentação de canários, variando a sua proporção consoante as raças e os critérios do canaricultor:

ALPISTA, NABO, COLZA, NÍGER, AVEIA, LINHAÇA, CÂNHAMO e PAINÇO.

Assunto melindroso é apresentar um modelo de mistura de sementes, pois os critérios não são unânimes, variando de criador para criador, não só nas espécies de sementes como na sua proporção, quando da mistura.

Reprodução

O ciclo da reprodução dos canários, desde a postura dos ovos até que as crias saiam do ninho, dura cerca de um mês.

Durante esse tempo, os pássaros têm de cumprir uma série de obrigações que são reguladas por processos biológicos complicados.

Se uma das fases desse processo não se desenrola normalmente, todo o ciclo pode ser perturbado.

Não devemos de maneira nenhuma intervir na sequência natural da reprodução.

É necessário lembrarmo-nos de que os canários são individuais e que têm gostos diferentes. Não podemos portanto tratar todos da mesma maneira, o que aliás se aplica de uma maneira geral à criação de todos os animais.

Dizem os entendidos que há aves mais fáceis de criar do que os canários, eu penso que não é difícil, desde que se tenha espaço, gosto e paciência, principalmente no início.

Um dos primeiros problemas que surge é quando juntar os canários. Eles são muito influenciados pela duração do dia mas penso que também são sensíveis ao aumento das temperaturas. Os meses de Março, Abril, Maio e Junho são os meses de criação.


Há basicamente dois métodos:Um consiste em juntar o macho e a fêmea durante todo o ciclo, de forma a que ambos partilhem as tarefas como um "bom casal". É talvez o mais natural e deve ser posta em prática desde que não haja nenhum inconveniente.O outro método consiste em retirar o macho no final da postura ou porque ele é agressivo e pode perturbar o choco, ou porque queremos aproveitar as boas qualidades do macho para juntar a outra fêmea. É necessário estar atento.


Há machos que criam melhor os filhotes do que as próprias fêmeas e há fêmeas que abandonam o ninho se o macho for retirado.

O melhor é conhecer bem as aves e optar pela melhor solução para cada caso.

Determinação do Sexo

A determinação do sexo faz-se por observação da região anal, que no macho se eleva acima do nível do abdómen.

A melhor forma de fazer a separação dos sexos é através do canto. Normalmente só cantam os machos. Apesar de algumas fêmeas conseguirem cantar não têm nem intensidade no canto nem variedade como os machos.

Se é fácil encontrar um macho pelo canto o mesmo já não se pode dizer das fêmeas. Um canário pode não cantar e ser macho. Quando estão na mudança das penas os machos também não cantam.

Os criadores podem facilmente conhecer os seus canários. O contacto diário, a observação do comportamento e o facto de os machos começarem a cantar com pouco mais de um mês de idade faz com que os criadores possam marcar através de anilhas de cores diferentes os machos e as fêmeas sem qualquer margem de erro.

Assim, a melhor forma de não sermos enganados no sexo dos canários é comprá-los directamente à pessoa que se dedica à sua criação.

Muda

Na muda os canários deixam de cantar, ficam mais frágeis e podem morrer se não lhes prestar a atenção necessária.

Não sendo a muda da pena uma doença se não forem tomadas certas precauções, os canários podem morrer. A muda faz parte do ciclo anual da ave podendo mesmo dizer-se que é a última fase de um ciclo reprodutivo.

Ocorre em Portugal em fins de Julho, Agosto e Setembro. A substituição de todas as penas debilita as aves e, normalmente, os machos deixam por completo de cantar.No primeiro ano, as penas das asas e da cauda não são substituídas (rémiges e rectrizes). A substituição das penas deve ser gradual sendo umas substituídas por outras sem apresentar nenhuma parte do corpo completamente desprovida de penas.

Como a ave se encontra debilitada devem ser redobrados os cuidados com correntes de ar e mudanças bruscas de temperatura. Durante a muda a alimentação deve ser equilibrada não esquecendo as vitaminas, minerais e aminoácidos.

É durante a muda que se normalmente de administram certas papas para melhorar a cor dos canários. Como estas papas são demasiado ricas em gorduras é necessário tomar atenção às quantidades e à qualidade dessas papas. As cores depositadas nas penas durante a época da muda mantêm-se até à próxima muda.Uma das coisas em que parece não haver consenso é o banho durante a muda.

Muitas pessoas afirmam que atrasa a muda e pode causar problemas. Se as aves estão habituadas a banhar-se, devem continuar a faze-lo mesmo durante a muda.

Nesta fase, devem as aves gozar de mais espaço para poderem voar e fortificar os seus músculos. Terminada a muda, os machos recomeçam a cantar, é a melhor altura para se decidir quais as aves a manter. É também a melhor altura para se comprar novos canários.

Quando a muda aparece fora de época tal pode dever-se a uma exposição prolongada a calor excessivo, a uma dieta inadequada ou até a um ataque de ácaros. Nestes casos podemos falar em doença.